Econimia

Dívidas adiadas na pandemia vencem agora com juro maior

De acordo com Eduardo Seixas, sócio-diretor da Alvarez & Marsal, empresa que coordena a RJ…

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(Foto: Reprodução)
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De acordo com Eduardo Seixas, sócio-diretor da Alvarez & Marsal, empresa que coordena a RJ da Americanas, os pedidos de recuperação judicial devem crescer 50% neste ano, o que seria uma desaceleração em relação ao ritmo registrado no primeiro bimestre, quando a alta chegou a 60%.

Se confirmado o aumento projetado, 2023 terminará com cerca de 1.250 pedidos, o maior número desde 2019, mas 33% inferior ao de 2016, quando a crise econômica e o colapso de empresas envolvidas na Lava Jato fizeram com que 1.863 companhias pedissem recuperação na Justiça.

A pandemia asfixiou as companhias, que receberam ajuda, mas agora estão com juros mais altos e falta de dinheiro para quitar débitos. Bancos e gestoras elevaram o spread, dificultando a concessão de crédito.

Empresas que estão com dificuldade de gerar caixa e querem recursos para novos investimentos têm custo mais elevado. O custo médio do dinheiro para o empresário está entre 20% e 25% ao ano, quando a Selic estava em torno de 2% e 4%, o custo de capital variava entre 10% e 15%.

Com o aumento dos juros fora do país, a competição pelo dinheiro do investidor aumenta, e as grandes empresas estão em um dilema entre pagar a dívida ou continuar a faturar.

A crise de crédito afeta primeiro as empresas que dependem do nível de consumo, como as varejistas, e isso gera um efeito dominó, pois a dificuldade de acesso ao crédito faz o consumidor comprar menos. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.)