Estudo revela que uma em cada três mulheres travestis e transexuais está infectada com HIV
Um estudo publicado nesta segunda-feira (19) na Revista Brasileira de Epidemiologia revelou dados preocupantes sobre…
Um estudo publicado nesta segunda-feira (19) na Revista Brasileira de Epidemiologia revelou dados preocupantes sobre a prevalência do vírus HIV entre mulheres transexuais em cinco capitais brasileiras. De acordo com a pesquisa, uma em cada três mulheres trans está infectada com o vírus, sendo Porto Alegre a cidade com o índice mais alto, onde 56% da população trans estudada é portadora do HIV.
A pesquisa foi conduzida por especialistas do Núcleo de Pesquisa em Direitos Humanos e Saúde da População LGBT+, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com colaboração de cientistas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade do Estado da Bahia (Uneb), e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
No estudo, 1.317 mulheres travestis e transexuais foram entrevistadas nas cidades de Campo Grande (MS), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Para identificar a infecção pelo HIV, foram realizados testes rápidos naquelas que consentiram em participar (97% das entrevistadas). Os resultados mostraram que, em média, 34% das mulheres trans nas cinco cidades estudadas estão infectadas pelo HIV, um número significativamente maior do que o encontrado na população feminina em geral no Brasil, que, em 2015, tinha uma taxa de prevalência de apenas 0,4%.
Além de Porto Alegre, outras capitais apresentaram taxas alarmantes de infecção: Manaus (37%), Salvador (31%), Campo Grande (27%) e São Paulo (26%).
Esses dados destacam a vulnerabilidade da população trans em relação ao HIV e reforçam a necessidade de políticas públicas direcionadas à prevenção, diagnóstico e tratamento desse grupo.